Leandro Pedroso

25/09

Tema O pensamento adaptacionista monopoliza o ensino formal de biociências.
Público alvo: Estudantes de licenciatura de cursos das áreas diversas relacionadas ao meio ambiente.

Definição e exemplos modelo Teoria Neutra
Possíveis intervenções

28 - Parágrafo e auto Avaliação

Minha nota é 9,8. Acredito ter entendido satisfatoriamente o foco desse curso, uma vez que realizei todas as atividades solicitadas bem como me adaptei aos combinados, otimizando meu tempo e valorizando minha jornada. Percebo também a mudança quanto a minha percepção aos tipos textuais.

Comentários Dan

O texto ficou bem escrito, porém eu utilizaria um formato diferente de estruturação. As seções curtas são mais como notas de rodapé, e podem ser inseridas no fluxo do texto. O ensaio começa realmente na seção "interconexão".

Existem momentos perigosamente retóricos como:

A educação em biociências deve equilibrar a compreensão das adaptações com a conscientização sobre a complexidade e riqueza da evolução, fornecendo uma base sólida para futuros cientistas e um entendimento mais completo do nosso mundo natural.

Eu gostaria de ver uma referÊncia, ou uma explicação da lógica para esta afirmação (eu concordo com ela, mas essa não é a questão aqui).

A estrutura da seção "interconexões" está bacana.

Nota: 9

29. ENSAIO FINAL

Desafios do Ensino de Biociencias: Reflexões sobre a Abordagem Adapcionista

O adaptacionismo é uma abordagem central na biologia evolutiva. Apesar de ser uma estrutura amplamente aceita, a superestimação da seleção natural levou à negligência de outros fatores evolutivos importantes, como a deriva genética, a teoria neutra, a epigenética ou simplesmente as mudanças aleatórias.

Deriva Genética

A deriva genética é a variação aleatória nas frequências de alelos em uma população devido à probabilidade estatística. Em populações pequenas, essa variação pode ser significativa e levar à fixação de um alelo ou à sua perda ao longo das gerações. Os efeitos da deriva genética são mais pronunciados em populações pequenas, onde eventos aleatórios têm um impacto maior devido à menor diversidade genética. É importante salientar que, nesse modelo, a diversidade genética e a estrutura genética das populações residem na capacidade genética. Em populações pequenas, a deriva genética pode levar à perda de diversidade genética, o que aumenta a vulnerabilidade da população a doenças e mudanças ambientais.

Mudanças Aleatórias

As mudanças aleatórias, incluindo mutações, recombinação genética e fluxo gênico, são fontes de variabilidade genética em uma população. As mutações são alterações aleatórias no material genético e representam a principal fonte de novos alelos. A recombinação genética durante a reprodução sexual também contribui para a variabilidade genética, criando combinações únicas de alelos. Além disso, o fluxo gênico, que é a transferência de genes entre populações, pode introduzir novos alelos em uma população. Essas mudanças aleatórias são fundamentais para a evolução, pois fornecem a matéria-prima genética para a seleção natural agir.

Teoria Neutra

Proposta por Kimura (1983 ) , a teoria neutra da evolução propõe que a maioria das mudanças genéticas ao longo do tempo nas populações é devida a mutações aleatórias e deriva genética, em oposição à seleção natural. Foi proposta inicialmente nos anos 60 e 70. Esta teoria destaca a importância das forças neutras na evolução das sequências genéticas. Não invalidando as principais teorias que a precedem.

Interconexão entre Deriva Genética e Mudanças Aleatórias

A deriva genética e as mudanças aleatórias estão interligadas na evolução das populações. A deriva genética pode afetar a frequência de mutações em uma população, levando à fixação ou perda de mutações benéficas ou prejudiciais. Em populações pequenas, a deriva genética pode até superar a seleção natural, resultando na fixação de mutações neutras. Por outro lado, as mudanças aleatórias, como mutações, podem afetar a magnitude e a direção da deriva genética. Mutações novas podem estar sujeitas à deriva genética, influenciando sua persistência e frequência na população. Essas críticas buscam uma visão mais holística da evolução, reconhecendo a complexa interação entre vários mecanismos evolutivos, além da seleção natural, uma vez que não pode ser facilmente testada (Kimura, 1991).

A ênfase excessiva na adaptação pode simplificar injustificadamente a diversidade biológica. Embora o adaptacionismo seja compreensível, é crucial reconhecer que as características dos organismos podem resultar da história evolutiva ou de limitações estruturais (Dorvillé & Escovedo, 2009). Essa percepção enriquecida possibilita uma abordagem mais precisa ao ensino, permitindo explorar uma ampla gama de conceitos e teorias evolutivas.

O ensino de ciências se beneficia da inclusão do adaptacionismo, oferecendo uma base sólida para entender as adaptações dos organismos ao ambiente. Contudo, é igualmente essencial apresentar aos estudantes a noção de que a evolução é um fenômeno multifacetado, impulsionado por diversos processos evolutivos (Goedert, 2004). Isso promove um entendimento mais amplo da vida, indo além da mera seleção natural. Portanto, o ensino deve abordar diferentes mecanismos que contribuem para a evolução, proporcionando uma visão rica da diversidade e interconexão dos sistemas biológicos.

Ao explorar criticamente o adaptacionismo, os alunos podem compreender que as características biológicas nem sempre resultam da seleção natural. A história evolutiva e as limitações estruturais desempenham um papel importante na formação das características dos organismos. A deriva genética, por exemplo, refere-se a mudanças aleatórias nas frequências alélicas de uma população ao longo do tempo, que podem não estar ligadas a adaptações específicas, mas sim à aleatoriedade estocástica. A teoria neutra, por sua vez, propõe que a maioria das mudanças genéticas é resultado do acaso e da fixação aleatória de mutações neutras, sem impacto adaptativo.

Embora o adaptacionismo ofereça uma estrutura conceitual valiosa, precisa ser complementado por uma apreciação dos diversos mecanismos evolutivos que moldaram a vida na Terra. A educação em biociências deve equilibrar a compreensão das adaptações com a conscientização sobre a complexidade e riqueza da evolução, fornecendo uma base sólida para futuros cientistas e um entendimento mais completo do nosso mundo natural. A deriva genética e as mudanças aleatórias são processos fundamentais na evolução das populações. Ambos desempenham um papel crucial na evolução, especialmente em pequenas populações, onde sua influência pode ser significativa.

Tanto a deriva genética quanto às mudanças aleatórias são peças-chave no complexo quebra-cabeça da evolução. Atualmente possuímos diversas ferramentas que levam em conta compreender esses processos é vital para uma compreensão mais profunda da genética populacional e da dinâmica evolutiva. Desde as descobertas de Francis Crick em (1958), estão interligados na compreensão dos processos fundamentais que moldam a diversidade e a complexidade da vida, sendo relacionados com o processo histórico e o dogma central da biologia. O dogma central da biologia molecular estabelece a direção unidirecional da informação genética: do DNA para o RNA e, em seguida, para as proteínas. Esse dogma ajuda a explicar como os genes codificam proteínas, que são peças-chave na estrutura e funcionamento dos organismos, com substituições no DNA que são o ponto de partida.

A deriva genética e as mudanças aleatórias são fatores que não podem ser mensurados, mas cujo entendimento é crucial para a predição de futuras mudanças genéticas nas populações e, portanto, são temas centrais na biologia evolutiva.Deste modo, para uma educação em biociências verdadeiramente abrangente e enriquecedora, é essencial transcender o paradigma adaptacionista, incorporando uma visão mais plural da evolução e reconhecendo a interconexão vital entre a deriva genética, as mudanças aleatórias e outros processos evolutivos. Esta abordagem proporciona uma base sólida para a compreensão da diversidade e interconexão dos sistemas biológicos, preparando os futuros cientistas para explorar as complexidades do mundo natural de maneira mais completa e informada.

Referências

Charlesworth, B., Charlesworth, D., & Barton, N. H. (2003). “The Effects of Genetic and Geographic Structure on Neutral Variation.” Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics, 34, 99-125. Hartl, D. L., & Clark, A. G. (1997). “Principles of Population Genetics.”

Crick, F. H. (1958). «On protein synthesis». Symposia of the Society for Experimental Biology: 138–163.

Darwin, C. (1859). “On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life.”

Dorvillé Marques, L.; Escovedo Selles. (2009).Conflitos e tensões entre ciência e religiâo nas visões de mundo de alunos evangélicos de uma licenciatura em ciências biológicas». Enseñanza de las ciencias: revista de investigación y experiencias didácticas.

Goedert, L. (2004). A formação do professor de biologia e o ensino da evolução biológica. 2004. Dissertação (Mestrado em Educação Científica e Tecnológica) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Kimura, M. (1983). “The Neutral Theory of Molecular Evolution.

Kimura, M. (1991) The neutral theory of molecular evolution: a review of recent evidence

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